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Por Ethan Siegel Traduzido por Márcio Augusto

Existe uma "Super Terra" no Sistema Solar para além de Netuno?


Quando o advento de grandes telescópios nos trouxe as descobertas de Urano e, em seguida, Netuno, também nos trouxe a grande esperança de um Sistema Solar ainda mais rico em termos de grandes e massivos mundos. Enquanto o cinturão de asteroides e o cinturão de Kuiper foram sendo encontrados, cada um possuindo um grande número de mundos substanciais gelados e rochosos, nenhum deles sequer se aproximou da Terra em tamanho ou massa, muito menos os verdadeiros mundos gigantes. Enquanto isso, todas as pesquisas do céu (pelo método) infravermelho, sensíveis às anãs vermelhas, anãs marrons e gigantes gasosos com massa (semelhante à de) Júpiter, não foram capazes de detectar nada de novo que estivesse mais perto do que Próxima Centauri. Ao mesmo tempo, Kepler nos ensinou que Super-Terras, planetas entre a Terra e Netuno em tamanho, eram os mais comuns da galáxia, apesar de nosso sistema solar não ter nenhum.

A descoberta de Sedna, em 2003, acabou por ser ainda mais inovador do que os astrônomos perceberam. Embora muitos objetos Trans-Netunianos (TNOS) foram descobertos no início dos anos 1990, Sedna tinha propriedades que todos os outros não. Com uma órbita extremamente excêntrica e um afélio que o leva mais longe do Sol do que qualquer outro mundo conhecido na época, ela representava o nosso primeiro vislumbre da nuvem de Oort hipotética: uma distribuição esférica de corpos que variam de centenas a dezenas de milhares de U.A. (unidades astronômicas) do sol. Desde a descoberta de Sedna, cinco outros TNOs muito excêntricos foram encontrados antes de 2016. Enquanto esperamos que seus parâmetros orbitais estejam distribuídos aleatoriamente e ocorreram por acaso, suas orientações orbitais com relação ao Sol estão agrupadas (de forma) extremamente restritivas: com menos de uma chance de 1 em 10.000 de tal efeito que aparece aleatoriamente.

Sempre que vemos um fenômeno novo com uma aparência surpreendentemente não aleatória, a nossa intuição científica (nos) chama para uma explicação física. Os astrônomos Konstantin Batygin e Mike Brown forneceram uma possibilidade convincente no início deste ano: talvez, a perturbação de um corpo massivo muito distante do Sol providencie um “kick” (chute) gravitacional para lançar esses objetos para o Sol. A adição de um desses objetos (solitários) poderia explicar essas órbitas de longo período dos TNOs, um planeta cerca de 10 vezes a massa da Terra a cerca de 200 A.U. do Sol, conhecido como Planeta Nine. Mais um TNO similar ao Sedna com órbita alinhada de forma semelhante ao previsto foi encontrado desde janeiro de 2016, com sua órbita alinhada perfeitamente com estas previsões.

Telescópios de 10 metros da classe Keck e Subaru (missão NASA NEOWISE) estão procurando atualmente por isso, um enorme mundo hipotético. Se ele existir, ele nos convida a questionarmos da sua origem: se formou junto com o nosso Sistema Solar, ou foi capturado a partir dos arredores de outra estrela muito mais recentemente? Independentemente disso, se Batygin e Brown estiverem certos e esse objeto é real, o nosso Sistema Solar pode, afinal de contas, conter uma Super-Terra.

Uma possível Super-Terra / Mini-Netuno centenas de vezes mais distante do que a Terra está do Sol.

Crédito da imagem: R.Hurt / Caltech (IPAC)


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