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Uma fusão tida como certa, pode ser apenas uma probabilidade: A Via Láctea pode não colidir com a galáxia vizinha Andrômeda.

 "O fato de haver apenas cerca de 50% de chance de uma fusão foi muito surpreendente."


Notícia

Por Robert Lea

Traduzido por Marco Centurion


Três cenários futuros para o encontro entre a Via Láctea e Andrômeda. Principal: uma separação de 100 mil anos-luz leva à colisão. (Inferior esquerdo): a 500 mil anos-luz, a matéria escura fornece atrito que aproxima as galáxias. (Inferior direito): galáxias se desviam com uma separação de 1 milhão de anos-luz. (Crédito da imagem: NASA / ESA)
Três cenários futuros para o encontro entre a Via Láctea e Andrômeda. Principal: uma separação de 100 mil anos-luz leva à colisão. (Inferior esquerdo): a 500 mil anos-luz, a matéria escura fornece atrito que aproxima as galáxias. (Inferior direito): galáxias se desviam com uma separação de 1 milhão de anos-luz. (Crédito da imagem: NASA / ESA)

Uma colisão cósmica colossal entre a Via Láctea e sua maior galáxia vizinha, Andrômeda, pode não ser tão certa quanto os cientistas pensavam.


Anteriormente, havia a proposta de que havia uma boa chance de que Andrômeda e nossa casa galáctica, que estão se movendo em direção uma à outra, se encontrassem em cerca de 5 bilhões de anos e se fundissem para formar uma galáxia resultante apelidada de “Milkomeda”. Novas pesquisas revelaram que há uma chance muito menor de que essas duas galáxias espirais colidam e se fundam nos próximos 10 bilhões de anos do que se acreditava anteriormente. Na verdade, é algo como 50/50.


"Nossa principal descoberta é que a fusão entre a Via Láctea e Andrômeda, que havia sido prevista para ocorrer em cerca de 4,5 bilhões de anos, na verdade é muito menos certa. Descobrimos apenas cerca de 50% de chance de que essa fusão ocorra nos próximos 10 bilhões de anos. Em resumo, a probabilidade passou de quase certeza para cara ou coroa. Eu estava preparado para encontrar algo diferente, mas sim, o fato de haver apenas cerca de 50% de chance de uma fusão foi muito surpreendente."

disse Til Sawala, líder da equipe e pesquisador da Universidade de Helsinque, ao site Space.com.


Via Láctea e Andrômeda: colisão frontal, quase encontro ou passagem distante?


Sawala e seus colegas chegaram a essa conclusão simulando os próximos 10 bilhões de anos da jornada da Via Láctea pelo universo.


Essa nova simulação foi baseada em dados astronômicos atualizados do Telescópio Espacial Hubble e da missão de rastreamento estelar Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA). A equipe também levou em conta novas estimativas das massas de galáxias anãs menores ao redor da Via Láctea, que, por meio de sua influência gravitacional, impactam o movimento cósmico da Via Láctea.


"A principal diferença entre nossa pesquisa e estudos anteriores é que nos beneficiamos de dados mais novos e precisos, e consideramos um sistema mais completo, incluindo o efeito da Grande Nuvem de Magalhães, a maior galáxia satélite da Via Láctea"

disse Sawala.



Andrômeda e a Via Láctea podem se afastar por mais de 500 mil anos-luz, significando que não haveria fusão. (Crédito da imagem: NASA/ESA)
Andrômeda e a Via Láctea podem se afastar por mais de 500 mil anos-luz, significando que não haveria fusão. (Crédito da imagem: NASA/ESA)

A equipe conseguiu apresentar diferentes cenários do que pode acontecer com as galáxias Via Láctea e Andrômeda à medida que se aproximam gradualmente.


"Uma colisão frontal é muito improvável, encontramos menos de 2% de chance para isso. Na maioria dos casos que levam à fusão, as duas galáxias de fato passam uma pela outra inicialmente, o que leva à perda de energia orbital e, posteriormente, à fusão. O quão próximas elas chegam nessa primeira passagem é muito incerto, no entanto, e se não se aproximarem muito, significando uma distância maior que cerca de 500 mil anos-luz, elas podem não se fundir de forma alguma."

disse Sawala.


Os pesquisadores descobriram que, se as órbitas da Via Láctea e de Andrômeda se aproximarem o suficiente para que as duas galáxias influenciem gravitacionalmente uma à outra, então a fusão se torna uma eventualidade.


"Mas é quase igualmente provável que elas permaneçam bem separadas, caso em que não se fundiriam, e continuariam a evoluir em grande parte isoladas".


A Via Láctea e Andrômeda se aproximam o suficiente para influenciar gravitacionalmente uma à outra sem uma colisão frontal. (Crédito da imagem: NASA/ESA)
A Via Láctea e Andrômeda se aproximam o suficiente para influenciar gravitacionalmente uma à outra sem uma colisão frontal. (Crédito da imagem: NASA/ESA)

A equipe descobriu que, embora as chances de uma fusão com Andrômeda diminuam quando a influência da Grande Nuvem de Magalhães é considerada, com esse ajuste, a Via Láctea se torna mais propensa a "canibalizar" essa galáxia anã satélite.


Segundo essa pesquisa, nossa galáxia tem quase certeza de se fundir com a Grande Nuvem de Magalhães nos próximos 2 bilhões de anos.


"Claro, agora queremos muito descobrir se a Via Láctea e Andrômeda realmente irão colidir ou não. Isso exigirá não apenas mais dados observacionais, mas também uma modelagem mais completa de sua interação, bem como do efeito do ambiente no qual elas evoluem."

disse Sawala.


"Felizmente, mais dados observacionais estarão disponíveis muito em breve, no próximo ano, do Telescópio Espacial Gaia, e talvez também do Telescópio Espacial Hubble."

completou.


A pesquisa da equipe foi publicada na segunda-feira (2 de junho) na revista Nature Astronomy.



Artigo encontrado em space.com (originalmente publicado em 02/06/2025)

 
 
 

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