Rodrigo Felipe Raffa
O início de junho de 2024 trouxe um espetáculo celestial raro e fascinante para os observadores do céu. Entre os dias 2 e 6 de junho, quem acordou nas primeiras horas da manhã teve a oportunidade de testemunhar um alinhamento planetário impressionante. Durante esse período, foi possível ver, a olho nu, os planetas Saturno, Marte, Júpiter e Mercúrio alinhados no céu oriental entre as 4 e 6 horas da manhã. Entre os planetas, a Lua, em sua fase minguante, também iluminou o céu pouco antes da alvorada.
O que é um alinhamento planetário?
Um alinhamento planetário, ou conjunção, ocorre quando dois ou mais planetas aparecem próximos uns dos outros no céu a partir da perspectiva da Terra. Esse fenômeno não significa que os planetas estão próximos entre si no espaço tridimensional, mas sim que, vistos da Terra, eles parecem alinhar-se em uma linha ou agrupar-se em uma pequena área do céu. Esse alinhamento ocorre devido às órbitas dos planetas ao redor do Sol, que às vezes os colocam em posições visíveis próximas umas das outras para um observador terrestre.
Tal alinhamento sempre vai ocorrer na faixa da eclíptica, uma região do céu que contém a orbita da Terra ao redor do Sol. É uma linha aparente no céu ao longo da qual o Sol parece se mover ao longo do ano, devido à órbita da Terra. Nessa região ficam as 12 constelações zodiacais. Um planeta jamais estará em uma constelação fora do zodíaco, como na famosa Cruzeiro do Sul ou a constelação de Órion, que contém as “Três Marias”. Das 88 constelações celestes, apenas a região da eclíptica contém o Sol e seus planetas, restringindo seus movimentos às constelações zodiacais.
A beleza e a raridade do fenômeno
Alinhamentos planetários dessa magnitude não são comuns, mas se repetem em curtos períodos. Os cinco planetas clássicos — Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno — são visíveis a olho nu em determinadas épocas do ano. Quando mais de um planeta está na mesma região do céu, esse fenômeno é chamado de conjunção ou alinhamento planetário. Eles dependem de uma combinação específica das órbitas dos planetas e da posição da Terra. Para os entusiastas da astronomia e curiosos, esses eventos são oportunidades preciosas para observar a dança dos planetas em nosso sistema solar. Além de ser um espetáculo visual, eles nos lembram da vasta mecânica celeste que rege os movimentos dos corpos celestes.
Saturno e marte estavam bem acima do horizonte, tendo uma melhor visibilidade que mercúrio e júpiter que estavam praticamente na linha do horizonte, dificultando a observação.
E Netuno e Urano?
Nesta conjunção, os planetas mais externos do sistema solar também estarão presentes, mas seu brilho será imperceptível a olho nu. Apenas com um bom telescópio será possível observá-los, ampliando sua imagem para torná-los visíveis. Em Urano e Netuno, planetas conhecidos como gigantes de gelo, os cientistas acreditam que ocorra um fenômeno fascinante: a chuva de diamantes. Essa hipótese fascinante resulta das extremas pressões e temperaturas encontradas nas profundezas de suas atmosferas, onde o metano se decompõe, liberando átomos de carbono. Esses átomos então se agrupam em estruturas de diamante, que descem em direção ao núcleo dos planetas.
O que mais teremos em junho?
No dia 20 de junho, o Sol atinge seu ponto mais ao norte, marcando o início do inverno no hemisfério sul. À medida que essa data se aproxima, observamos uma sutil mudança na posição do nascer e do pôr do sol, à medida que ambos se deslocam gradualmente para o norte. Após o solstício de inverno, que marca o início da nova estação, o Sol gradualmente começa a se deslocar de volta para o sul.
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