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A relatividade geral poderia tornar a vida possível em planetas que orbitam anãs brancas!

Na caça à vida extraterrestre, geralmente procuramos por planetas orbitando estrelas semelhantes ao Sol e luas geladas. Mas existem outros candidatos possíveis, que são os planetas circulando anãs brancas, que por sua vez são os remanescentes quentes e densos de estrelas mortas.


Por Paul Arnold, Phys.org

Editado por Lisa Lock, revisado por Robert Egan

Traduzido e adaptado por Marco Centurion


Concepção artística de dois planetas orbitando uma estrela anã branca. (Créditos da imagem: Julian Baum/SCIENCE PHOTO LIBRARY)
Concepção artística de dois planetas orbitando uma estrela anã branca. (Créditos da imagem: Julian Baum/SCIENCE PHOTO LIBRARY)

Uma anã branca é o que resta quando uma estrela, como o nosso Sol, esgota seu combustível e expele suas camadas externas. Menores e mais fracas do que eram antes, esses remanescentes estelares têm uma zona habitável. Trata-se de uma região onde a água líquida pode existir na superfície de um planeta, a alguns milhões de quilômetros da estrela, o que é extremamente próximo em termos astronômicos.


Espaço de parâmetros mostrando o efeito da Relatividade Geral nas oscilações de excentricidade devido a um planeta companheiro exterior para uma variedade de combinações da razão de massa m2/m1 e da razão de semi-eixo maior a2/a1. GR na imagem significa General Relativity ou Relatividade Geral (Créditos da imagem: arXiv (2025). DOI: 10.48550/arxiv.2509.26421)
Espaço de parâmetros mostrando o efeito da Relatividade Geral nas oscilações de excentricidade devido a um planeta companheiro exterior para uma variedade de combinações da razão de massa m2/m1 e da razão de semi-eixo maior a2/a1. GR na imagem significa General Relativity ou Relatividade Geral (Créditos da imagem: arXiv (2025). DOI: 10.48550/arxiv.2509.26421)

Embora grandes planetas tenham sido encontrados orbitando anãs brancas, os cientistas anteriormente pensavam que a vida não poderia existir neles devido às forças de maré. Essas forças são aumentadas quando um planeta companheiro próximo estica a órbita do planeta habitável para uma forma oval. Isso estica e comprime o interior do planeta, gerando calor por fricção que pode desencadear um efeito estufa muito forte, tornando o planeta inabitável. Dessa forma, evaporaria quaisquer lagos e oceanos superficiais, impedindo assim a formação da vida.


No entanto, usando simulações de computador, Eva Stafine e Juliette Becker, da Universidade de Wisconsin–Madison, mostraram que a teoria da Relatividade Geral de Einstein, que descreve como a gravidade funciona em escalas muito grandes e em altas velocidades, pode estabilizar a órbita de um planeta.


Exemplos de integrações da excentricidade e1 do planeta interior para dois valores do semi-eixo maior a2 do planeta exterior, com todos os outros parâmetros do sistema idênticos. (Créditos da imagem: arXiv (2025). DOI: 10.48550/arxiv.2509.26421)
Exemplos de integrações da excentricidade e1 do planeta interior para dois valores do semi-eixo maior a2 do planeta exterior, com todos os outros parâmetros do sistema idênticos. (Créditos da imagem: arXiv (2025). DOI: 10.48550/arxiv.2509.26421)

Elas descobriram que a poderosa gravidade da anã branca faz com que a órbita do planeta gire lentamente, um efeito conhecido como precessão do periastro*. A força impede que a forma oval da órbita se torne muito grande, apesar do puxão gravitacional de um planeta companheiro. Isso mantém o aquecimento por maré baixo e, portanto, preservaria a água líquida na superfície, potencialmente tornando-o habitável.


*Precessão do periastro ou precessão apsidal é um termo da mecânica celeste que trata da rotação gradual da linha que une os pontos mais próximo e mais distante da órbita de um corpo ao redor de outro.


Ilustração do fenômeno da precessão apsidal (Créditos da imagem: Wikipedia)
Ilustração do fenômeno da precessão apsidal (Créditos da imagem: Wikipedia)

As pesquisadoras executaram simulações com e sem os efeitos da Relatividade Geral. Estas confirmaram que, sem os efeitos da Relatividade Geral, a maioria dos planetas na zona habitável com planetas companheiros próximos seriam superaquecidos e inabitáveis. No entanto, na realidade, devido ao efeito relativístico observado, a zona habitável é significativamente maior, o que evita o efeito estufa descontrolado.



Implicações para missões futuras


"Nossos achados demonstram que a Relatividade Geral pode atuar como um escudo dinâmico em sistemas planetários compactos pós-sequência principal. Este papel protetor deve ser incorporado nas futuras avaliações de habitabilidade para planetas ao redor de anãs brancas"

escreveram as pesquisadoras em seu artigo publicado no servidor de pré-impressão arXiv.


Fazer isso nos dará um número maior de opções ao procurar por planetas habitáveis além do nosso sistema solar. Esta nova pesquisa pode ajudar os astrônomos a priorizar os alvos mais promissores para plataformas avançadas, como o Telescópio Espacial James Webb, o maior e mais poderoso telescópio já lançado no espaço.



Artigo encontrado no site da agência de divulgação científica estadunidense Phys.org  (originalmente publicado em 07/10/2025)

 
 
 

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