Astrônomos podem ter encontrado o buraco negro mais antigo conhecido no universo!
- marcocenturion
- 11 de ago.
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Atualizado: 16 de ago.
“Isto é praticamente o mais longe que se pode ir. Estamos realmente ultrapassando os limites do que a tecnologia atual pode detectar.”
Notícia
Por Sharmila Kuthunur
Traduzido por Marco Centurion
Uma equipe de astrônomos afirma ter identificado o buraco negro mais distante já confirmado e é um gigante cósmico que se formou apenas 500 milhões de anos após o Big Bang, quando o universo tinha apenas cerca de 3% de sua idade atual. Lembrando que as estimativas atuais sustentam que o universo possui cerca de 13,8 bilhões de anos.

A descoberta estabelece um novo marco para o quão cedo buracos negros supermassivos podem se formar e levanta questões sobre sua origem e crescimento.
“Quando se procura por buracos negros, isto é praticamente o mais longe que se pode ir. Estamos realmente ultrapassando os limites do que a tecnologia atual pode detectar.”
disse em comunicado Anthony Taylor, pesquisador de pós-doutorado no Cosmic Frontier Center da Universidade do Texas em Austin, que liderou a descoberta.
O buraco negro está localizado no centro de uma galáxia chamada CAPERS-LRD-z9, que foi inicialmente identificada pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) como uma candidata promissora para acompanhamento durante seu levantamento das galáxias mais antigas do universo. Esse levantamento tinha como objetivo confirmar ou refutar mais de 100 galáxias candidatas, criando um conjunto de dados robusto para estudar a formação e evolução das primeiras galáxias.
A CAPERS-LRD-z9 pertence a uma classe misteriosa de galáxias compactas e primordiais apelidadas de “Little Red Dots” (“Pequenos Pontos Vermelhos”) por sua aparência intensamente vermelha e brilhante nas imagens captadas por telescópios. Essas galáxias só foram encontradas nos primeiros 1,5 bilhão de anos da história cósmica e intrigam os astrônomos desde as primeiras observações feitas pelo JWST.

Normalmente, um nível tão alto de brilho indicaria uma galáxia repleta de estrelas, mas, segundo os modelos de evolução galáctica, galáxias tão jovens no universo não deveriam ter tido tempo suficiente para formar a quantidade de estrelas necessária para explicar o brilho observado nos Little Red Dots. Essa contradição levou os pesquisadores a considerar uma fonte alternativa para o brilho: buracos negros, que podem brilhar intensamente enquanto consomem matéria e liberam enormes quantidades de energia.
Para confirmar a presença de um buraco negro na CAPERS-LRD-z9, Taylor e sua equipe usaram uma técnica chamada espectroscopia, que divide a luz em seus comprimentos de onda componentes. Os astrônomos sabem que, à medida que o gás espirala para dentro de um buraco negro, ele acelera a velocidades extremas. A luz do gás que se afasta é esticada para comprimentos de onda mais vermelhos, enquanto o gás que se move em nossa direção é comprimido para comprimentos de onda mais azuis, um sinal característico de matéria orbitando um buraco negro.
“Não há muitas outras coisas que criem essa assinatura. E esta galáxia tem exatamente isso!”
disse Taylor no comunicado.
O buraco negro recém-descoberto é estimado em até 300 milhões de vezes a massa do nosso Sol, o que equivale a quase metade da massa de todas as estrelas na galáxia hospedeira. Mesmo para os padrões dos buracos negros supermassivos, isso é colossal, dizem os astrônomos.
“Isso se soma a um número crescente de evidências de que os primeiros buracos negros cresceram muito mais rápido do que pensávamos ser possível. Ou eles já começaram muito mais massivos do que nossos modelos preveem.”
disse em comunicado o coautor do estudo Steven Finkelstein, da Universidade do Texas.
Ele ainda complementa que “a descoberta dos Little Red Dots foi uma grande surpresa nos primeiros dados do JWST. Agora, estamos no processo de descobrir como eles são e como surgiram.”
Esta pesquisa foi descrita em um artigo publicado no dia 6 de agosto de 2025, no The Astrophysical Journal Letters e que pode ser lido aqui.
Artigo encontrado no site da agência de divulgação científica estadunidense Space.com (originalmente publicado em 08/08/2025)
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