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Como observar o Eclipse Lunar total de Setembro?

A mídia tem divulgado em peso o próximo eclipse lunar, mas será que conseguiremos ver aqui do Brasil? Antes de responder, vamos entender melhor o que é um eclipse e por que ele acontece.


🌑 O que é um eclipse lunar?


No eclipse total da Lua, o nosso satélite entra completamente na sombra da Terra, chamada umbra. A Lua não desaparece nem fica preta, porque a atmosfera terrestre desvia a luz do Sol — principalmente os comprimentos de onda vermelhos, que atravessam melhor o ar carregado de poeira e partículas. É essa luz refratada que ilumina a Lua e a faz brilhar em tons avermelhados, o que popularmente chamamos de “Lua de Sangue”.


Já no eclipse parcial, apenas uma parte da Lua atravessa a sombra da Terra, criando a impressão de uma “mordida” escura em sua superfície. No eclipse penumbral, a Lua passa apenas pela penumbra da Terra — uma sombra mais tênue. Nesse caso, o escurecimento é tão sutil que quase não pode ser notado a olho nu.



eclipse lunar total
📸Lua de sangue registrada por Rodrigo Raffa em 2022 - sem edição.

🌌 Por que os eclipses acontecem?


Os eclipses são fruto do alinhamento entre Sol, Terra e Lua. Mas esse alinhamento só é possível em pontos específicos, chamados nodos. Isso acontece porque a órbita da Lua em torno da Terra é inclinada em relação à órbita da Terra ao redor do Sol.


Os nodos são os pontos em que essas duas órbitas se cruzam. Assim, para ocorrer um eclipse lunar, é necessário que a Lua cheia esteja próxima a um desses nodos. Da mesma forma, para um eclipse solar, é a Lua nova que deve passar pelo nodo.

Se a Lua passa distante desses pontos, o alinhamento não é perfeito — e não temos eclipse.

ilustração dos nodos
📸 Ilustração das órbitas da Terra e da Lua ao redor do Sol, mostrando os nodos.

📅 Por que eles não acontecem todos os meses?


Apesar de termos Lua cheia e Lua nova todos os meses, nem sempre elas acontecem próximas aos nodos. Isso explica por que eclipses são fenômenos relativamente raros — dependem da coincidência entre a fase da Lua e a posição do nodo.


🌍 Visibilidade do eclipse de 7 de setembro


Na imagem abaixo, as áreas em vermelho mostram as regiões do mundo que verão o eclipse total. Em tons mais claros, veremos apenas a fase parcial, e nas regiões ainda mais claras, o penumbral, praticamente invisível a olho nu.


No Brasil, apenas uma estreita faixa do litoral terá contato com o penumbral, mas de forma tão sutil que será imperceptível para observadores a olho nu.


mapa de visibilidade do eclipse
Mapa da visibilidade do eclipse lunar de setembro.

☀️ Eclipse solar “irmão”


Uma curiosidade é que os eclipses sempre vêm em pares, durante a mesma lunação. Isso significa que, se temos um eclipse lunar, cerca de 15 dias antes ou depois haverá um eclipse solar.


Neste mês de setembro, teremos também um eclipse solar no dia 21 (UTC), visível principalmente da Nova Zelândia, de uma estreita faixa da costa leste da Austrália, de várias ilhas do Pacífico e de partes da Antártida. Por conta do fuso horário, na Nova Zelândia o fenômeno será visto ao nascer do Sol do dia 22. No Brasil, infelizmente, esse eclipse também não será visível.


🔭 Como acompanhar o eclipse?


Mesmo sem visibilidade no Brasil, não ficaremos de fora! Diversos observatórios e canais de astronomia ao redor do mundo farão transmissões ao vivo do eclipse total. A melhor forma de acompanhar é seguir lives no YouTube e redes sociais de instituições astronômicas.

Assim, podemos aproveitar o espetáculo cósmico mesmo a milhares de quilômetros de distância.


centauricast

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