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Céu de Setembro - planetas, equinócio e eclipses.

Atualizado: 9 de set.

Setembro chega como um mês de transição. O inverno se despede, e a primavera já espreita no horizonte do hemisfério sul. As noites ainda trazem o frio, mas também a promessa de novos brilhos e encontros celestes. Prepare seus olhos — e, se possível, seus binóculos ou telescópios — porque o céu deste mês será palco de eclipses, chuvas de meteoros, encontros planetários e até o equilíbrio perfeito entre dia e noite.


O início: auroras de setembro (1 a 7)


Logo no primeiro dia do mês, Vênus se aproxima do aglomerado aberto do Presépio (M44), em Câncer. É como se o planeta mais brilhante da madrugada fosse visitar um antigo berçário estelar. Na mesma madrugada, os céus se iluminam com a chuva de meteoros Aurigídeas, cujos traços rápidos e às vezes intensos lembram fogos de artifício cósmicos.


No dia 7 de setembro, a Lua cheia ergue-se em Aquário. Uma superprodução celeste: o brilho prateado da Lua, somado a um eclipse total que será visto em outras partes do mundo, mas que no Brasil se mostrará timidamente apenas como fase penumbral.


O Eclipse Total da Lua não será visto a partir das américas. Foto de Rodrigo Raffa no Eclipse visto em 2022.
O Eclipse Total da Lua não será visto a partir das américas. Foto de Rodrigo Raffa no Eclipse visto em 2022.

A Lua como guia (8 a 16)


A semana seguinte é marcada por uma Lua viajante. No dia 8, ela se encontra com Saturno no céu da noite — os anéis dourados e o disco prateado lado a lado. Dois dias depois, em 10 de setembro, a Lua atinge o perigeu, seu ponto mais próximo da Terra, surgindo levemente maior.

Na madrugada de 12 de setembro, a Lua se aproxima das Plêiades, o pequeno e famoso enxame de estrelas em Touro. É um espetáculo especialmente bonito a olho nu.


No dia 13, Marte, ainda alaranjado, encontra-se com Spica, a estrela azulada de Virgem. Dois pontos coloridos em contraste: o guerreiro e a espiga.


E a Lua continua sua jornada: no dia 14, visita Elnath, estrela do Touro, e no dia 16, divide o palco com Júpiter. Esse último encontro é majestoso: a Lua ao lado do gigante dos planetas e, como pano de fundo, as estrelas gêmeas Cástor e Pólux.


Encontros matinais e despedidas (17 a 22)


À medida que setembro avança, os encontros migram para as madrugadas. Entre 17 e 22, o planeta Vênus dança próximo à estrela Regulus, em Leão, brilhando pouco antes do amanhecer.


O dia 19 é destaque: Lua, Vênus e Regulus formam uma triangulação celestial rara e delicada, como um quadro suspenso no firmamento.


No dia 21, Saturno atinge sua oposição, brilhando a noite inteira como senhor dos anéis. Na mesma data, o Sol e a Lua se alinham: é Lua nova.


Quando um planeta está em oposição, toda sua face voltada para a Terra é iluminada, garantindo o melhor momento para observação. Planeta Saturno.
Quando um planeta está em oposição, toda sua face voltada para a Terra é iluminada, garantindo o melhor momento para observação. Planeta Saturno.

E em 22 de setembro, chega o equinócio de primavera no hemisfério sul — o Sol cruza o Equador celeste e divide o dia e a noite em durações iguais. O Escorpião se despede, e o cavalo alado Pégaso sobe para anunciar as noites da nova estação.



A reta final (23 a 30)


Os últimos dias de setembro reservam ainda mais encontros. No dia 23, a Lua visita novamente Spica, e Netuno alcança sua oposição — momento ideal para telescópios desvendarem o distante gigante azul.


No dia 24, Marte e a Lua brilham juntos no oeste, e no dia 26 a Lua passa pelas estrelas da cabeça do Escorpião. Um dia depois, em 27 de setembro, a Lua encontra Antares, o coração avermelhado do Escorpião.


O ciclo lunar encerra-se no dia 29, com o quarto crescente em Sagitário, apontando a flecha da nova estação.


Planetas em cena


  • Mercúrio brinca de esconde-esconde: desaparece nos primeiros dias, mas retorna discretamente ao entardecer após 23 de setembro.

  • Vênus é a joia da madrugada, brilhando intensamente até o fim do mês, mesmo em disputa com os primeiros raios de Sol.

  • Marte, discreto, repousa no oeste ao anoitecer, com sua cor avermelhada sempre marcante.

  • Júpiter domina as madrugadas, subindo cada vez mais cedo e revelando sua imponência.

  • Saturno, em oposição, reina absoluto no céu noturno, excelente para observações telescópicas.

  • Urano e Netuno, alvos para os mais pacientes e equipados, marcam presença em Touro e Peixes, respectivamente.


Chuvas de meteoros


Além das Aurigídeas no início do mês, a segunda quinzena traz a máxima dos Alfa-Aurigídeos Austrais, no dia 15 de setembro. Apesar de discretos no Brasil, esses meteoros podem surpreender com bolas de fogo luminosas.


✨ Setembro é, assim, um mês de transição, de despedidas e renascimentos no céu. Do equilíbrio do equinócio às danças planetárias, cada noite reserva um convite: olhar para cima e se lembrar de que o cosmos sempre tem uma nova história para contar.



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