Céu de Setembro - planetas, equinócio e eclipses.
- Clube Centauri
- 5 de set.
- 3 min de leitura
Atualizado: 9 de set.
Setembro chega como um mês de transição. O inverno se despede, e a primavera já espreita no horizonte do hemisfério sul. As noites ainda trazem o frio, mas também a promessa de novos brilhos e encontros celestes. Prepare seus olhos — e, se possível, seus binóculos ou telescópios — porque o céu deste mês será palco de eclipses, chuvas de meteoros, encontros planetários e até o equilíbrio perfeito entre dia e noite.
O início: auroras de setembro (1 a 7)
Logo no primeiro dia do mês, Vênus se aproxima do aglomerado aberto do Presépio (M44), em Câncer. É como se o planeta mais brilhante da madrugada fosse visitar um antigo berçário estelar. Na mesma madrugada, os céus se iluminam com a chuva de meteoros Aurigídeas, cujos traços rápidos e às vezes intensos lembram fogos de artifício cósmicos.
No dia 7 de setembro, a Lua cheia ergue-se em Aquário. Uma superprodução celeste: o brilho prateado da Lua, somado a um eclipse total que será visto em outras partes do mundo, mas que no Brasil se mostrará timidamente apenas como fase penumbral.

A Lua como guia (8 a 16)
A semana seguinte é marcada por uma Lua viajante. No dia 8, ela se encontra com Saturno no céu da noite — os anéis dourados e o disco prateado lado a lado. Dois dias depois, em 10 de setembro, a Lua atinge o perigeu, seu ponto mais próximo da Terra, surgindo levemente maior.
Na madrugada de 12 de setembro, a Lua se aproxima das Plêiades, o pequeno e famoso enxame de estrelas em Touro. É um espetáculo especialmente bonito a olho nu.
No dia 13, Marte, ainda alaranjado, encontra-se com Spica, a estrela azulada de Virgem. Dois pontos coloridos em contraste: o guerreiro e a espiga.
E a Lua continua sua jornada: no dia 14, visita Elnath, estrela do Touro, e no dia 16, divide o palco com Júpiter. Esse último encontro é majestoso: a Lua ao lado do gigante dos planetas e, como pano de fundo, as estrelas gêmeas Cástor e Pólux.
Encontros matinais e despedidas (17 a 22)
À medida que setembro avança, os encontros migram para as madrugadas. Entre 17 e 22, o planeta Vênus dança próximo à estrela Regulus, em Leão, brilhando pouco antes do amanhecer.
O dia 19 é destaque: Lua, Vênus e Regulus formam uma triangulação celestial rara e delicada, como um quadro suspenso no firmamento.
No dia 21, Saturno atinge sua oposição, brilhando a noite inteira como senhor dos anéis. Na mesma data, o Sol e a Lua se alinham: é Lua nova.

E em 22 de setembro, chega o equinócio de primavera no hemisfério sul — o Sol cruza o Equador celeste e divide o dia e a noite em durações iguais. O Escorpião se despede, e o cavalo alado Pégaso sobe para anunciar as noites da nova estação.
A reta final (23 a 30)
Os últimos dias de setembro reservam ainda mais encontros. No dia 23, a Lua visita novamente Spica, e Netuno alcança sua oposição — momento ideal para telescópios desvendarem o distante gigante azul.
No dia 24, Marte e a Lua brilham juntos no oeste, e no dia 26 a Lua passa pelas estrelas da cabeça do Escorpião. Um dia depois, em 27 de setembro, a Lua encontra Antares, o coração avermelhado do Escorpião.
O ciclo lunar encerra-se no dia 29, com o quarto crescente em Sagitário, apontando a flecha da nova estação.
Planetas em cena
Mercúrio brinca de esconde-esconde: desaparece nos primeiros dias, mas retorna discretamente ao entardecer após 23 de setembro.
Vênus é a joia da madrugada, brilhando intensamente até o fim do mês, mesmo em disputa com os primeiros raios de Sol.
Marte, discreto, repousa no oeste ao anoitecer, com sua cor avermelhada sempre marcante.
Júpiter domina as madrugadas, subindo cada vez mais cedo e revelando sua imponência.
Saturno, em oposição, reina absoluto no céu noturno, excelente para observações telescópicas.
Urano e Netuno, alvos para os mais pacientes e equipados, marcam presença em Touro e Peixes, respectivamente.
Chuvas de meteoros
Além das Aurigídeas no início do mês, a segunda quinzena traz a máxima dos Alfa-Aurigídeos Austrais, no dia 15 de setembro. Apesar de discretos no Brasil, esses meteoros podem surpreender com bolas de fogo luminosas.
✨ Setembro é, assim, um mês de transição, de despedidas e renascimentos no céu. Do equilíbrio do equinócio às danças planetárias, cada noite reserva um convite: olhar para cima e se lembrar de que o cosmos sempre tem uma nova história para contar.
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