top of page

A Grande Fenda da galáxia

Por Dave Prosper

Atualizado por Kat Troche

Traduzido e adaptado por Rodrigo Raffa


Os céus de inverno no hemisfério sul oferecem vistas deslumbrantes da nossa própria galáxia, a Via Láctea, para os observadores que têm a sorte de estar sob céus escuros. Para muitos moradores das cidades, o primeiro vislumbre da Via Láctea acontece durante viagens para áreas rurais — então, se você estiver longe das luzes urbanas, faça um favor a si mesmo: olhe para o alto!


Para quem mora no estado de São Paulo, é bem provável que, em alguma viagem noturna pela Castelo Branco ou pela Rodovia Raposo Tavares, já tenha notado uma grande mancha luminosa no céu durante o mês de julho.

Para observar a Via Láctea, você precisa de céus limpos e escuros, além de tempo suficiente para que seus olhos se adaptem à escuridão. As fotos da Via Láctea são de tirar o fôlego, mas geralmente mostram muito mais detalhes e cores do que o olho humano é capaz de perceber — essa é a beleza (e a natureza discretamente enganosa) da fotografia de longa exposição.

Para os observadores do Hemisfério Norte, a parte mais proeminente da Via Láctea surge a sudeste, marcada pelas constelações de Escorpião e Sagitário. Vale lembrar que, mesmo sob céus escuros, a Via Láctea não é facilmente visível enquanto estiver muito próxima do horizonte — o ar mais denso e turbulento próximo ao solo atrapalha a visão.

 

A Via Láctea é imensa, mas também bastante tênue, e nossos olhos precisam de tempo para se ajustar à escuridão e conseguir enxergar seus detalhes. Evite qualquer luz forte, pois ela compromete a adaptação da visão noturna. O ideal é tentar observá-la quando a Lua estiver na fase nova ou crescente; uma Lua cheia vai ofuscar completamente a paisagem celeste.


vera rubin
O Observatório Vera C. Rubin, localizado em Cerro Pachón, no Chile, sob a Via Láctea. O halo brilhante de gás e estrelas no lado esquerdo da imagem destaca o centro da galáxia da Via Láctea. O caminho escuro que atravessa esse centro é conhecido como Grande Fenda (ou Great Rift, em inglês), pois dá a impressão de que a Via Láctea foi dividida ao meio.  Crédito da imagem: RubinObs/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA/B.Quint

Manter seus olhos adaptados à escuridão é especialmente importante se você quiser não apenas ver a névoa da Via Láctea, mas também a faixa escura que a atravessa, estendendo-se do Triângulo de Verão até Sagitário. Esse detalhe escuro é conhecido como a Grande Fenda (Great Rift), e é mais facilmente visível em céus muito escuros — especialmente em céus escuros e secos, como os encontrados em regiões de deserto de altitude.

Mas o que exatamente é a Grande Fenda? Trata-se de enormes nuvens de poeira galáctica situadas entre a Terra e o interior da Via Láctea.


Outras “nebulosas escuras”, formadas por nuvens cósmicas, pontilham a Via Láctea, incluindo o famoso Saco de Carvão (Coalsack), localizado na constelação do Cruzeiro do Sul, no Hemisfério Sul. Muitas culturas celebram essas nuvens escuras em suas histórias tradicionais, junto com as constelações e a própria Via Láctea.

 

Uma dessas histórias conta sobre Yacana, a lhama, e seu filhote, caminhando ao longo de um rio que cruza o céu — a Via Láctea. As estrelas brilhantes Alfa e Beta Centauri representam os olhos da lhama, enquanto as regiões escuras simbolizam os corpos da mãe e do filhote, com o filhote posicionado abaixo da mãe, mamando.


via lactea
Nosso Lugar na Nossa Galáxia”, se a Via Láctea fosse reduzida ao tamanho da América do Norte, o nosso sistema solar teria aproximadamente o tamanho de uma moeda de 25 centavos. Nessa mesma escala, Polaris – que está a cerca de 433 anos-luz de distância de nós – estaria a cerca de 18 quilômetros de distância. Crédito da imagem: Astronomical Society of the Pacific

Onde exatamente está o nosso sistema solar dentro da Via Láctea? Existe alguma forma de ter uma noção da escala? A atividade “Nosso Lugar na Nossa Galáxia” pode te ajudar a visualizar isso — usando apenas alpiste, uma moeda e um pouco de imaginação.

Você também pode descobrir as incríveis pesquisas que a NASA realiza para entender melhor a nossa galáxia — e o nosso lugar dentro dela — acessando a seção Galáxias na página Universe da NASA.

 

Este artigo é distribuído pela Night Sky Network - NSN. O programa NSN apoia clubes de astronomia por todo os Estados Unidos dedicados à divulgação da astronomia.


Visite nightsky.jpl.nasa.gov para encontrar clubes locais, eventos e muito mais!


 
 
 

Comentários


bottom of page