A Grande Fenda da galáxia
- Clube Centauri

- 30 de jul.
- 3 min de leitura
Por Dave Prosper
Atualizado por Kat Troche
Traduzido e adaptado por Rodrigo Raffa
Os céus de inverno no hemisfério sul oferecem vistas deslumbrantes da nossa própria galáxia, a Via Láctea, para os observadores que têm a sorte de estar sob céus escuros. Para muitos moradores das cidades, o primeiro vislumbre da Via Láctea acontece durante viagens para áreas rurais — então, se você estiver longe das luzes urbanas, faça um favor a si mesmo: olhe para o alto!
Para quem mora no estado de São Paulo, é bem provável que, em alguma viagem noturna pela Castelo Branco ou pela Rodovia Raposo Tavares, já tenha notado uma grande mancha luminosa no céu durante o mês de julho.
Para observar a Via Láctea, você precisa de céus limpos e escuros, além de tempo suficiente para que seus olhos se adaptem à escuridão. As fotos da Via Láctea são de tirar o fôlego, mas geralmente mostram muito mais detalhes e cores do que o olho humano é capaz de perceber — essa é a beleza (e a natureza discretamente enganosa) da fotografia de longa exposição.
Para os observadores do Hemisfério Norte, a parte mais proeminente da Via Láctea surge a sudeste, marcada pelas constelações de Escorpião e Sagitário. Vale lembrar que, mesmo sob céus escuros, a Via Láctea não é facilmente visível enquanto estiver muito próxima do horizonte — o ar mais denso e turbulento próximo ao solo atrapalha a visão.
A Via Láctea é imensa, mas também bastante tênue, e nossos olhos precisam de tempo para se ajustar à escuridão e conseguir enxergar seus detalhes. Evite qualquer luz forte, pois ela compromete a adaptação da visão noturna. O ideal é tentar observá-la quando a Lua estiver na fase nova ou crescente; uma Lua cheia vai ofuscar completamente a paisagem celeste.

Manter seus olhos adaptados à escuridão é especialmente importante se você quiser não apenas ver a névoa da Via Láctea, mas também a faixa escura que a atravessa, estendendo-se do Triângulo de Verão até Sagitário. Esse detalhe escuro é conhecido como a Grande Fenda (Great Rift), e é mais facilmente visível em céus muito escuros — especialmente em céus escuros e secos, como os encontrados em regiões de deserto de altitude.
Mas o que exatamente é a Grande Fenda? Trata-se de enormes nuvens de poeira galáctica situadas entre a Terra e o interior da Via Láctea.
Outras “nebulosas escuras”, formadas por nuvens cósmicas, pontilham a Via Láctea, incluindo o famoso Saco de Carvão (Coalsack), localizado na constelação do Cruzeiro do Sul, no Hemisfério Sul. Muitas culturas celebram essas nuvens escuras em suas histórias tradicionais, junto com as constelações e a própria Via Láctea.
Uma dessas histórias conta sobre Yacana, a lhama, e seu filhote, caminhando ao longo de um rio que cruza o céu — a Via Láctea. As estrelas brilhantes Alfa e Beta Centauri representam os olhos da lhama, enquanto as regiões escuras simbolizam os corpos da mãe e do filhote, com o filhote posicionado abaixo da mãe, mamando.

Onde exatamente está o nosso sistema solar dentro da Via Láctea? Existe alguma forma de ter uma noção da escala? A atividade “Nosso Lugar na Nossa Galáxia” pode te ajudar a visualizar isso — usando apenas alpiste, uma moeda e um pouco de imaginação.
Você também pode descobrir as incríveis pesquisas que a NASA realiza para entender melhor a nossa galáxia — e o nosso lugar dentro dela — acessando a seção Galáxias na página Universe da NASA.
Este artigo é distribuído pela Night Sky Network - NSN. O programa NSN apoia clubes de astronomia por todo os Estados Unidos dedicados à divulgação da astronomia.
Visite nightsky.jpl.nasa.gov para encontrar clubes locais, eventos e muito mais!




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